sábado, 16 de maio de 2009

REFORMA POLÍTICA COM PARTICIPAÇÃO POPULAR


Nosso sistema político, que promove eleições a cada dois anos, não é tão normal e democrático quanto parece. Cada vez mais o poder econômico vai tomando conta das campanhas, e quem não amealha somas milionárias não consegue se eleger.
Campanhas caríssimas viram peças publicitárias e os candidatos são produtos de marketing. No Congresso Nacional, hoje, 55% dos senadores e deputados dependeram, declaradamente, de recursos de empreiteiras e grandes empresas. Pode-se dizer que a maior bancada de lá não é a do PMDB, seguida pela do PT, mas da OAS, Camargo
Correia, dos grandes bancos e do agronegócio. Não há democracia quando as maiorias sociais não têm chances de se tornar maiorias políticas. Daí a necessidade urgente de uma Reforma Política. Ainda que comece apenas por mudanças no sistema eleitoral, como esse, do financiamento de campanhas, tornando-o exclusivamente público e muito controlado. E também valorizando os partidos, para que o povo vote em programas, propostas, ideias e não em pessoas. Nosso sistema ainda é personalista, individualista, patriarcal, patrimonialista, clientelista e... corrupto. Por isso o descrédito na atividade política é tão grande.
Mas uma verdadeira Reforma Política só acontecerá com participação popular. Com o interesse crescente das pessoas sobre essas mudanças. O primeiro passo é debater bastante essas questões. Há um movimento de várias entidades da população que defende a construção da Plataforma dos Movimentos Sociais para a Reforma do Sistema Político no Brasil. Chegue até lá: www.reformapolitica.org.br Traga sua ideia, debate, discorde, sugira. Só assim construiremos uma democracia de participação ampliada, de alta intensidade. Só assim o poder dos caciques, dos enganadores, dos demagogos, dos que entram na vida pública para obter benefícios privados e aumentar o seu patrimônio começará a diminuir.


Chico Alencar, deputado federal (PSOL/RJ).

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